Conselhos práticos para uma boa alimentação
Factores de risco do excesso de peso
A vida na cidade, sedentarismo, esterilização, más práticas alimentares… os factores de risco do excesso de peso nos animais de companhia são (quase) os mesmos que os dos seus donos e este fenómeno é cada vez mais pronunciado nos nossos gatos e nos nossos cães. A alimentação é, logicamente, o ponto de partida para combater este problema.
Muitas vezes de origem alimentar no cão e no gato, a obesidade é um problema crescente nos animais de companhia. Confundimos frequentemente excesso de peso e obesidade. A fronteira é quantitativa: se um animal ultrapassa em 15 a 20% o seu peso ideal, diz-se que tem excesso de peso, e acima desta percentagem, que é obeso. O termo obesidade é igualmente utilizado quando o excesso de peso tem consequências médicas (diabetes, artrose, problemas cardíacos, respiratórios, etc…). Na verdade, o excesso de peso não tem mais do que consequências estéticas.
Um estudo australiano* evidenciou ainda uma associação significativa entre o índice de condição corporal e o tempo de sobrevivência dos gatos. Um índice elevado, ou seja, um gato com excesso de peso, está associado a longevidades mais curtas. E esta observação também se aplica inegavelmente aos cães.
Desequilíbrio nutricional
Este aumento de peso resulta de um desequilíbrio entre os aportes calóricos alimentares e as necessidades energéticas reais, definidos principalmente pela actividade física mas também pela raça ou pela esterilização.
O problema é mais complexo do que aparenta com múltiplos factores contribuintes, incluindo uma doença subjacente; daí a importância da gestão veterinária inicial do problema. A gestão do excesso de peso passa por uma revisão dos aportes alimentares e pelo incentivo à actividade física.
Rever os aportes alimentares, escolher alimentos “light” especialmente formulados para os animais predispostos ao excesso de peso e controlar os extras são as palavras de ordem para a gestão nutricional.
Se não se altera o tipo de alimento, recomenda-se a redução dos aportes alimentares em cerca de 10 a 15%, banindo dietas draconianas contraprodutivas e assegurando-se que as necessidades nutricionais são satisfeitas.
Pesar os alimentos
* Journal of Feline Medicine and Surgery, vol. 20, 3: pp. 263-268., Publicado pela 1ª vez em 26 Fevereiro 2018.