Porque é importante fazê-lo?
Com o desenvolvimento de resistências dos parasitas a certas moléculas, tornou-se urgente sair do esquema clássico de desparasitação sistemática a cada estação. Desparasitar é um acto médico, que deve ser fundamentado. Felizmente, existem meios simples a fim de optimizar estes tratamentos.
A coproscopia consiste em identificar e quantificar os parasitas presentes nas fezes.
O número de ovos por grama (OPG)
Após o exame microscópico, o laboratório menciona no relatório as espécies de parasitas presentes: pequenos estrongilídeos (Cyathostoma sp), grandes estrongilídeos, ascarídeos…
A informação chave, além das espécies presentes, é o número de ovos presentes por grama de excremento (opg), que é o reflexo do número de parasitas adultos presentes no organismo do cavalo e, por conseguinte, da gravidade da infestação parasitária.
Identificar os cavalos que devem ser desparasitados
O objectivo é distinguir os cavalos ditos pouco excretores, que lançam poucos parasitas para o ambiente e os cavalos altamente excretores, que são responsáveis pela contaminação das pastagens por um grande número de parasitas e que mantêm o ciclo parasitário.
Deste modo, considera-se que os cavalos que excretam menos de 200 opg necessitam apenas de um tratamento por ano. Por outro lado, os cavalos que excretam mais de 200 opg devem ser desparasitados com maior frequência até alcançarem um nível de infestação baixo e bem tolerado pelo seu sistema imunitário.
As limitações da coproscopia
A coproscopia não permite identificar certas espécies de parasitas, como as ténias (presentes unicamente nos cavalos com acesso a pastagens), os oxiúros ou os gasterophilus. Por isso, é recomendado completar este exame com dados epidemiológicos locais e com exames complementares (teste de Graham, etc).
Além disso, os resultados serão igualmente interpretados tendo em conta a idade do animal, do seu estado (gestante) e a estação do ano em que foi realizado o exame. Estes elementos influenciam efectivamente os valores obtidos.
Outras medidas a adoptar
As medidas de gestão da pastagem são úteis para diminuir a pressão parasitária no seio de uma cavalariça. Assim, a colheita de excrementos pode ser enfadonha mas é muito eficaz para limitar a carga parasitária e o aparecimento de resistências. É igualmente recomendado evitar o pastoreio excessivo ou a mudança de pastagem logo após a desparasitação. Em vez disso, poder-se-á tentar praticar o pastoreio alternado.
A desparasitação é um acto racional, que deve ser implementado após uma prescrição veterinária. Como desparasitamos com muita frequência ou na altura errada, corremos o risco de ficarmos rapidamente sem moléculas eficazes para proteger os nossos animais.