Alergias e intolerâncias alimentares
As alergias e as intolerâncias alimentares estão bem documentadas no cão e no gato. Um dos seus sinais possíveis é o aparecimento de problemas cutâneos. Agir ao nível da alimentação permite limitar a ocorrência destas manifestações.
As alergias e as intolerâncias alimentares representam cerca de 5 a 6% das dermatoses no cão e no gato. Esta prevalência aumenta nos cães atópicos. De facto, 20 a 30% dos cães atópicos sofrem de uma alergia alimentar associada.
Utilizamos habitualmente o termo “alergia alimentar” para descrever todas as reacções adversas a um alimento. Na realidade, na maioria das vezes é uma intolerância alimentar, um termo que qualifica uma reacção patológica a um alimento sem intervenção do sistema imunitário. O termo alergia refere-se mais especificamente, na verdade, a uma reacção de hipersensibilidade e de implicação de anticorpos específicos (imunoglobulinas E).
De qualquer forma, o ponto comum destas reacções indesejáveis é muito frequentemente o aparecimento de sintomas cutâneos e/ou digestivos.
Dieta de eliminação
Os sinais clínicos no caso da “alergia” alimentar são variáveis. Traduzem-se geralmente por um prurido não-sazonal recorrente mas de intensidade variável, que pode ser generalizado ou localizado, associado a lesões cutâneas (eritema, crostas, pápulas, etc).
Podem igualmente surgir sintomas gastrointestinais durante a alergia alimentar (diarreia, desconforto abdominal).
O diagnóstico de confirmação de uma alergia ou intolerância alimentar passa por estabelecer uma dieta de eliminação, após exclusão das causas primárias (parasitoses, piodermites, outras hipersensibilidades,…).
O objectivo de uma dieta de eliminação é o de excluir da alimentação do animal as proteínas que potencialmente desencadeiam a reacção alérgica e que são suspeitas de serem a origem dos sintomas e depois reintroduzi-las progressivamente uma a uma para verificar qual delas está em causa.
Alimentos hipoalergénicos
Para realizar esta dieta, é possível recorrer-se a um regime caseiro, utilizando alimentos que o animal nunca comeu (carne de cavalo, peixe branco, lentilhas,…) ou a um alimento industrial dito hipoalergénico, muito mais prático de se usar, que contém fontes proteicas que não provocam reacção alérgica (proteínas novas ou hidrolisadas).
Estes alimentos hipoalergénicos estão igualmente na base da gestão desta condição, sendo recomendados em caso de problemas cutâneos e/ou digestivos, quando o papel da alimentação é confirmado.
Sabia?
Todos os alimentos podem ser potencialmente alergizantes para o seu cão ou para o seu gato. Mas, na prática, são as proteínas as mais incriminadas habitualmente.
As substâncias alimentares mais alergizantes são: