Como lutar contra este parasita do fígado?
Resultando em enormes perdas económicas, a Fasciola hepatica afecta grande parte das manadas em Portugal.
A Fasciola hepatica, também conhecida por « grande dúvia do fígado», é um parasita dos ruminantes, cujo ciclo de desenvolvimento necessita da presença de um hospedeiro intermediário, o Lymnaea truncatula, pequeno caracol aquático. A Fasciola hepatica só pode assolar zonas onde o Limnea esteja presente, ou seja, zonas húmidas, mesmo que pareçam a priori inofensivas: poças, trilhos de rodas de tractores, passagens de animais, bebedouros ou riachos … O principal período de contaminação é no Outono e, contrariamente ao que possamos pensar, aumenta ainda mais em situações de seca, uma vez que os animais se concentram nas zonas mais húmidas.

O parasita exerce, por um lado, uma acção espoliadora ao se alimentar do sangue do seu hospedeiro, e por outro actua sobre o funcionamento do fígado, orgão central que desempenha um papel fundamental na maioria das vias metabólicas. Na prática, a Fasciola hepatica provoca uma redução no GMD (Ganho Médio Diário), na produção leiteira, atrasos na puberdade das novilhas, quebras na fertilidade (aumento do número de metrites e da percentagem de animais que necessitaram de 3 e mais IA), produção de colostro de má qualidade tendo como consequência patologias neonatais mais frequentes e um aumento da frequência de patologias infecciosas, como consequência de uma diminuição geral na imunidade dos animais.
O combate à Fasciola hepatica associa uma luta química a medidas ambientais:
Após a identificação do risco (inspecção dos fígados no matadouro, exames serológicos sanguíneos ou no tanque de leite). O médico veterinário prescreverá um fasciolicida de acordo com o seu diagnóstico e das características da exploração.
O foco principal será identificar e neutralizar os "esconderijos dos Limnea", que são, na realidade, todos os espaços húmidos que permitem a multiplicação deste gasterófilo.
Não hesite em pedir conselho ao seu médico veterinário.
