Os procedimentos correctos para os identificar
Reconhecer uma parasitose
A maioria das afecções cutâneas manifestam-se através de sintomas semelhantes: tufos de pêlo embaraçados, escamas e crostas, perda de pêlo (alopecia), pêlos da crina partidos… Estes sinais são frequentemente a consequência do prurido causado pela doença cutânea, especialmente quando um parasita externo é responsável por tal. Os parasitas externos mais importantes no cavalo são as moscas (Hippobosca equina), os piolhos e os Culicoides, responsáveis pela dermatite estival recidivante equina (DERE).
As moscas
As moscas são insectos hematófagos de cor castanha, que medem de 7 a 8 mm e estão presentes praticamente durante todo o ano.
Estes parasitas são facilmente identificáveis a olho nu. Podem ser encontrados na cauda, na zona perianal, entre os membros posteriores. O insecto pica para se alimentar de sangue, provocando prurido. O cavalo infestado fica nervoso, agitado, dá coices e tenta coçar a base da cauda. A aplicação regular de insecticida é a única solução. Aconselhe-se com o seu médico veterinário a fim de definir o tratamento adequado ao seu cavalo.
Os piolhos
O cavalo pode ser infestado por dois tipos de piolhos: o piolho mastigador (Damalinia) que se alimenta de resíduos cutâneos e o piolho sugador (Haematopinus) que é hematófago (alimenta-se de sangue); a infestação por estes insectos denomina-se ftiríase. Os piolhos são parasitas específicos dos cavalos, não há qualquer possibilidade de transmissão a outras espécies.
Os piolhos proliferam em animais debilitados ou mal nutridos, mais frequentemente no inverno e no início da primavera, mas os cavalos em bom estado de saúde podem ser portadores sãos. A transmissão faz-se por contacto directo entre indivíduos, ou através dos materiais (escova com as cerdas infestadas de lêndeas).
Os cavalos afectados coçam-se e apresentam vastas zonas depiladas e escamadas, especialmente na crina e no torso. Os piolhos são visíveis a olho nu e medem de 1 a 2 mm. O tratamento deve ser estendido a todos os cavalos da cavalariça e ser acompanhada da limpeza e desinfecção do material de tratamento.
Os Culicoïdes
Os Culicoïdes são pequenos insectos picadores responsáveis por uma das doenças cutâneas mais frequentes no cavalo: a dermatite estival recidivante equina (DERE). Estes insectos são sobretudo activos no bom tempo, a partir do mês de Abril até meados de Outubro.
Em certos cavalos, a picada do culicoïde vai desencadear uma alergia cutânea que se manifesta por lesões crostosas na crina, no pescoço e na cauda. Os sintomas surgem frequentemente a partir dos 3 anos de idade. Constata-se uma forte predisposição genética e a doença aparenta ser hereditária.
Não é possível a cura de um cavalo afectado, sendo a única solução a prevenção das picadas para limitar o aparecimento dos sintomas. Os tratamentos insecticidas repelentes devem ser associados a outras medidas: só deixar os animais saírem num horário em que os insectos estejam menos activos e eventualmente protegê-los com uma cobertura que impeça os Culicoïdes de picarem.