Doenças

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O que é a Leishmaniose?

Uma doença mortal

A Leishmaniose Canina é causada por um parasita, a Leishmania infantum, transmitido pela picada de flebótomos, insectos muitas vezes confundidos com mosquitos.

Esta doença pode afectar vários animais, incluindo o Homem, sendo por isso considerada uma zoonose.

Porém, nos humanos, excepto no caso dos indivíduos imunodeprimidos, a Leishmaniose tem um prognóstico favorável. Os cães são a espécie mais afectada pela Leishmaniose, muitas vezes com um desfecho fatal. 


Quais os principais sintomas?     

Nem sempre os sintomas da Leishmaniose Canina são evidentes. Os sinais de alerta mais comuns são: febre, queda do pêlo (em especial à volta dos olhos), perda de peso, atrofia muscular, feridas na pele 

(formação de úlceras no bordo auricular e/ou entre os dedos), problemas nas unhas e, eventualmente, inflamação dos gânglios, do fígado ou do baço e perda de sangue por via nasal.
De facto, os órgãos internos podem ser afectados, ocorrendo, por vezes, anemia, artrite, vasculite ou insuficiência renal grave, o que pode culminar na morte do animal.

É importante ter presente que não existe cura para a Leishmaniose Canina e que, mesmo quando o animal sobrevive, acaba por se tornar um doente crónico, que necessitará de um acompanhamento médico vitalício.


Porque surge? Quando? Onde? Como?      


Os machos e as fêmeas correm igual risco de contrair a doença, mas algumas raças (Boxer, Cocker Spaniel, Rottweiler e Pastor Alemão) parecem ser mais propensas a desenvolver os seus sintomas.


QUANDO? Os cães são particularmente vulneráveis às picadas dos flebótomos nas horas em que estes se encontram mais activos: ao amanhecer e ao anoitecer.

ONDE? Os flebótomos são comuns no sul da Europa, sendo que os países e regiões da bacia mediterrânica constituem zonas de elevado risco. A Leishmaniose atinge Portugal, Grécia e muitas zonas de Espanha, Itália e sul de França.

O primeiro registo de Leishmaniose Canina surgiu há mais de 100 anos. Actualmente, cerca de 2,5 milhões de cães estão infectados um pouco por toda a Europa, e mais de 2/3 dos cães no sul da Europa encontram-se expostos à infecção. Verifica-se, ainda, uma tendência de propagação para os países a Norte, devido, sobretudo, às alterações climáticas e ao crescente número de pessoas que viajam com os seus cães. Em Portugal, a doença é endémica em todo o território, embora algumas regiões apresentem uma prevalência mais elevada que outras. No entanto, como o país é pequeno e as distâncias curtas, qualquer deslocação pode significar um risco acrescido de contágio.

Muito importante! Se viajar para zonas de alto risco com os seus animais, informe-se da existência desta doença mortal e tome as devidas medidas de protecção.

COMO?  Em termos de ciclo de vida do parasita: ao picar um portador da doença, o flebótomo é infectado com o parasita, que se vai desenvolvendo no seu interior ao longo de um ciclo que pode durar entre 4 e 25 dias. Quando o flebótomo pica um novo hospedeiro, inocula no seu organismo o parasita, transmitindo-lhe, deste modo, a doença.


Como posso proteger o meu cão?    

Existem diversos modos de prevenir a Leishmaniose Canina. 

Mesmo sem sairmos de casa, existem medidas que podemos tomar para evitar a exposição dos nossos animais ao parasita em causa. 

Este conjunto de boas práticas passa por:

  • reduzir o habitat dos flebótomos;
  • minimizar o contacto físico, mantendo os cães recolhidos ao entardecer e ao amanhecer – períodos em que os flebótomos estão mais activos;
  • utilizar insecticidas (sprays, spot-on, coleiras repelentes, etc.) e reduzir a intensidade luminosa em casa (os flebótomos voam na direcção da luz).


Devemos também evitar deixar portas e janelas abertas ou, em alternativa, usar redes mosquiteiras.

Em termos médicos, a prevenção da Leishmaniose Canina pode fazer-se “por fora”, por meio de antiparasitários específicos contra os flebótomos e “por dentro”, através da vacina contra a Leishmaniose Canina.

Porém, o primeiro passo deverá ser investir num diagnóstico precoce! Antes de vacinar o seu cão, deverá levá-lo ao Veterinário para o submeter a testes e assegurar que este se encontra saudável.


Dúvidas frequentes     


 O meu cão corre perigo?

Os insectos encontram-se amplamente disseminados e podem ser localizados em muitos habitats do sul da Europa. As regiões e países da bacia Mediterrânica apresentam um risco particularmente elevado para os cães - especialmente Portugal, Grécia, muitas zonas de Espanha, Itália e sul de França.


► O que posso fazer pelo meu cão?

Até agora as medidas de prevenção contra esta doença limitavam-se à redução do habitat destes insectos semelhantes a mosquitos, minimizando o contacto físico entre cães e insectos e aplicando insecticidas nos cães. Porém, e apesar destes cuidados, a leishmaniose canina não foi erradicada da Europa.


 Todos os cães podem ser vacinados?

A maior parte dos cães com mais de seis meses de idade que não sejam portadores de doenças infecciosas, incluindo a leishmaniose canina, podem ser vacinados.


► Como posso obter mais informação sobre a vacina?

Fale com o seu médico veterinário sobre a vacinação do seu cão.


 Porque é a revacinação importante?

Como a maior parte das vacinas, o sistema imunitário necessita de ser regularmente estimulado ou especificamente activado contra uma infecção. O programa completo de vacinação, incluindo uma revacinação anual, garante ao seu cão uma protecção interna a duradoura contra a doença.


► Qual a melhor altura para iniciar a vacinação?

Não existe uma época própria para a vacinação do seu cão contra a leishmaniose canina. Se vive no sul da Europa, então deve vacinar o seu cão o mais cedo possível. Se reside noutras regiões da Europa e está a planear viajar com o seu cão para uma zona de prevalência da leishmaniose canina, então deve informar imediatamente o seu médico veterinário para que se dê início à vacinação com a antecedência adequada.

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