Uma doença mortal
A Leishmaniose Canina é causada por um parasita, a Leishmania infantum, transmitido pela picada de flebótomos, insectos muitas vezes confundidos com mosquitos.
Esta doença pode afectar vários animais, incluindo o Homem, sendo por isso considerada uma zoonose.
Porém, nos humanos, excepto no caso dos indivíduos imunodeprimidos, a Leishmaniose tem um prognóstico favorável. Os cães são a espécie mais afectada pela Leishmaniose, muitas vezes com um desfecho fatal.
Nem sempre os sintomas da Leishmaniose Canina são evidentes. Os sinais de alerta mais comuns são: febre, queda do pêlo (em especial à volta dos olhos), perda de peso, atrofia muscular, feridas na pele
(formação de úlceras no bordo auricular e/ou entre os dedos), problemas nas unhas e, eventualmente, inflamação dos gânglios, do fígado ou do baço e perda de sangue por via nasal.
De facto, os órgãos internos podem ser afectados, ocorrendo, por vezes, anemia, artrite, vasculite ou insuficiência renal grave, o que pode culminar na morte do animal.
É importante ter presente que não existe cura para a Leishmaniose Canina e que, mesmo quando o animal sobrevive, acaba por se tornar um doente crónico, que necessitará de um acompanhamento médico vitalício.
Os machos e as fêmeas correm igual risco de contrair a doença, mas algumas raças (Boxer, Cocker Spaniel, Rottweiler e Pastor Alemão) parecem ser mais propensas a desenvolver os seus sintomas.
QUANDO? Os cães são particularmente vulneráveis às picadas dos flebótomos nas horas em que estes se encontram mais activos: ao amanhecer e ao anoitecer.
ONDE? Os flebótomos são comuns no sul da Europa, sendo que os países e regiões da bacia mediterrânica constituem zonas de elevado risco. A Leishmaniose atinge Portugal, Grécia e muitas zonas de Espanha, Itália e sul de França.
O primeiro registo de Leishmaniose Canina surgiu há mais de 100 anos. Actualmente, cerca de 2,5 milhões de cães estão infectados um pouco por toda a Europa, e mais de 2/3 dos cães no sul da Europa encontram-se expostos à infecção. Verifica-se, ainda, uma tendência de propagação para os países a Norte, devido, sobretudo, às alterações climáticas e ao crescente número de pessoas que viajam com os seus cães. Em Portugal, a doença é endémica em todo o território, embora algumas regiões apresentem uma prevalência mais elevada que outras. No entanto, como o país é pequeno e as distâncias curtas, qualquer deslocação pode significar um risco acrescido de contágio.
Muito importante! Se viajar para zonas de alto risco com os seus animais, informe-se da existência desta doença mortal e tome as devidas medidas de protecção.
COMO? Em termos de ciclo de vida do parasita: ao picar um portador da doença, o flebótomo é infectado com o parasita, que se vai desenvolvendo no seu interior ao longo de um ciclo que pode durar entre 4 e 25 dias. Quando o flebótomo pica um novo hospedeiro, inocula no seu organismo o parasita, transmitindo-lhe, deste modo, a doença.
Existem diversos modos de prevenir a Leishmaniose Canina.
Mesmo sem sairmos de casa, existem medidas que podemos tomar para evitar a exposição dos nossos animais ao parasita em causa.
Este conjunto de boas práticas passa por:
Devemos também evitar deixar portas e janelas abertas ou, em alternativa, usar redes mosquiteiras.
Em termos médicos, a prevenção da Leishmaniose Canina pode fazer-se “por fora”, por meio de antiparasitários específicos contra os flebótomos e “por dentro”, através da vacina contra a Leishmaniose Canina.
Porém, o primeiro passo deverá ser investir num diagnóstico precoce! Antes de vacinar o seu cão, deverá levá-lo ao Veterinário para o submeter a testes e assegurar que este se encontra saudável.
► O meu cão corre perigo?
Os insectos encontram-se amplamente disseminados e podem ser localizados em muitos habitats do sul da Europa. As regiões e países da bacia Mediterrânica apresentam um risco particularmente elevado para os cães - especialmente Portugal, Grécia, muitas zonas de Espanha, Itália e sul de França.
► O que posso fazer pelo meu cão?
Até agora as medidas de prevenção contra esta doença limitavam-se à redução do habitat destes insectos semelhantes a mosquitos, minimizando o contacto físico entre cães e insectos e aplicando insecticidas nos cães. Porém, e apesar destes cuidados, a leishmaniose canina não foi erradicada da Europa.
► Todos os cães podem ser vacinados?
A maior parte dos cães com mais de seis meses de idade que não sejam portadores de doenças infecciosas, incluindo a leishmaniose canina, podem ser vacinados.
► Como posso obter mais informação sobre a vacina?
Fale com o seu médico veterinário sobre a vacinação do seu cão.
► Porque é a revacinação importante?
Como a maior parte das vacinas, o sistema imunitário necessita de ser regularmente estimulado ou especificamente activado contra uma infecção. O programa completo de vacinação, incluindo uma revacinação anual, garante ao seu cão uma protecção interna a duradoura contra a doença.
► Qual a melhor altura para iniciar a vacinação?
Não existe uma época própria para a vacinação do seu cão contra a leishmaniose canina. Se vive no sul da Europa, então deve vacinar o seu cão o mais cedo possível. Se reside noutras regiões da Europa e está a planear viajar com o seu cão para uma zona de prevalência da leishmaniose canina, então deve informar imediatamente o seu médico veterinário para que se dê início à vacinação com a antecedência adequada.
