Stelfonta

Resumo das Características do Medicamento


NOME DO MEDICAMENTO VETERINÁRIO

STELFONTA 1 mg/ml solução injetável para cães

COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada ml contém:

Substância ativa:
Tiglato de tigilanol ……..1 mg

Excipientes:
Para a lista completa de excipientes, ver Lista de Excipientes.

FORMA FARMACÊUTICA
Solução injetável.
Solução transparente e incolor.

INFORMAÇÕES CLÍNICAS

Espécies-alvo
Cães.

Indicações de utilização, especificando as espécies-alvo
Para o tratamento de mastocitomas subcutâneos não ressecáveis e não metastizados (segundo o sistema de estadiamento da OMS) situados no cotovelo ou no jarrete ou distalmente a estes, e de mastocitomas cutâneos não ressecáveis e não metastizados em cães.
Os tumores têm de ter um volume igual ou inferior a 8 cm3 e têm de ser acessíveis a injeção intratumoral.

Contraindicações
A fim de minimizar as perdas do medicamento veterinário na superfície tumoral aquando da injeção, o mesmo não deve ser utilizado em mastocitomas com uma superfície decomposta.
Não administrar o medicamento veterinário diretamente nas margens cirúrgicas após a excisão cirúrgica de uma massa neoplásica.

Advertências especiais para cada espécie-alvo
O efeito de STELFONTA sobre os mastocitomas restringe-se ao local de injeção, uma vez que o medicamento veterinário não possui ação sistémica. O STELFONTA não deve, por isso, ser usado em caso de doença metastizada. O tratamento não impede o desenvolvimento de mastocitomas de novo. O tratamento provoca uma alteração na arquitetura dos tecidos. É por isso improvável que possa ser obtida uma classificação histológica precisa do tumor após o tratamento.
 
Precauções especiais de utilização

Precauções especiais para utilização em animais
A administração do medicamento veterinário deve ser exclusivamente intratumoral, uma vez que outras vias de administração do injetável estão associadas a reações adversas medicamentosas. Evitar sempre a administração intravenosa (IV) inadvertida, uma vez que tal poderá causar efeitos sistémicos graves. Após a injeção de tiglato de tigilanol nos tecidos subcutâneos, mesmo em concentrações/doses baixas, os cães tratados apresentaram sinais de agitação e vocalização, com reações locais graves nos locais de injeção. A injeção em tecidos não neoplásicos pode provocar uma resposta transitória e local, resultando em inflamação localizada, edema, vermelhidão e dor. Foram observados casos de formação de ferida após a injeção subcutânea de tiglato de tigilanol.

O tratamento induz uma reação inflamatória localizada substancial, que normalmente se prolonga por um período de até 7 dias. Para mais informações sobre feridas, ver secções 4.6 e 5.1. Deverá ser ponderada a administração de analgesia adicional, se necessário, com base na avaliação clínica do médico veterinário. Quaisquer ligaduras usadas têm de incluir alguma folga para acomodar possíveis edemas no local.

O tratamento de tumores nas zonas mucocutâneas (pálpebras, vulva, abertura prepucial, ânus, boca) e nas extremidades (por exemplo, patas e cauda) pode prejudicar a funcionalidade devido à perda de tecido associada ao tratamento.

O medicamento veterinário tem propriedades irritativas; assim, deve ser evitado o uso do medicamento veterinário perto de tecidos sensíveis, sobretudo nos olhos.

Para reduzir a ocorrência de acontecimentos adversos locais e sistémicos relacionados com a desgranulação dos mastócitos e a libertação de histamina, todos os cães tratados têm de receber terapêutica adjuvante concomitante, composta por corticosteroides e bloqueadores dos recetores da H1 e H2, antes e após o tratamento (ver secção 4.9).

Os donos devem ser instruídos a estar atentos a sinais de potenciais reações provocadas pela desgranulação dos mastócitos. Estas incluem vómitos, anorexia, dor intensa, letargia, diminuição do apetite ou tumefação extensiva. Caso sejam observados sinais de desgranulação, contactar o médico veterinário responsável, para iniciar imediatamente o tratamento adequado.

Após o tratamento, o animal deve ter sempre água à disposição.

A segurança do medicamento veterinário não foi estabelecida em cães com menos de 12 meses de idade.

No caso dos tumores totalmente inseridos no tecido subcutâneo, sem envolvimento dérmico, pode ser difícil criar um ponto de saída para a eliminação de tecido necrótico. Pode ser necessário proceder a uma incisão que permita a drenagem do tecido necrótico.

O medicamento veterinário só pode ser administrado por um médico veterinário.

Precauções especiais a adotar pela pessoa que administra o medicamento veterinário aos animais

Precauções especiais a adotar pelo utilizador profissional (médico veterinário):
O médico veterinário deve informar o dono do animal acerca das precauções especiais a adotar em casa.
As pessoas com hipersensibilidade conhecida ao tiglato de tigilanol ou ao propilenoglicol devem evitar o contacto com o medicamento veterinário. O medicamento veterinário é irritante e um potencial sensibilizante cutâneo.
 
A autoinjeção acidental pode provocar reações inflamatórias localizadas, incluindo dor, tumefação, vermelhidão e ainda formação de feridas/necrose, que podem demorar vários meses a resolver. É necessária precaução durante o tratamento, para evitar a autoinjeção. Os cães tratados com o medicamento veterinário devem ser devidamente imobilizados, incluindo com recurso à sedação, se necessário. Usar uma seringa com Luer lock para administrar o medicamento veterinário. Em caso de autoinjeção acidental, dirija-se imediatamente a um médico e mostre-lhe o folheto informativo.

Evitar a exposição acidental da pele, olhos ou a ingestão acidental. Pode ocorrer derrame do medicamento veterinário no local de injeção imediatamente após a administração. Durante a administração do medicamento veterinário e/ou o contacto com o local de injeção deve ser usado equipamento de proteção individual constituído por luvas impermeáveis descartáveis e óculos de proteção. Em caso de exposição dérmica ou ocular, lavar abundantemente a pele ou os olhos com água. Em caso de ocorrência de sintomas como sinais locais de vermelhidão e tumefação, ou em caso de ingestão acidental, dirija-se a um médico e mostre-lhe o folheto informativo.

A segurança do medicamento veterinário não foi determinada durante a gestação ou a lactação. As mulheres grávidas e a amamentar devem tomar precauções para evitar o contacto com o local de injeção, com extravasamentos do medicamento veterinário e com detritos tumorais.

Precauções especiais a adotar pelo dono do animal:
Os detritos da ferida podem conter níveis baixos de resíduos de tiglato de tigilanol. Em caso de fuga intensa de detritos da ferida, que pode ocorrer nas primeiras semanas após a administração do medicamento veterinário, cobrir a ferida. Caso a cobertura da ferida esteja contraindicada devido à cicatrização, não permitir o contacto do cão com crianças. Manusear os detritos da ferida com equipamento de proteção (luvas descartáveis).

Lavar bem a(s) área(s) que possa(m) entrar em contacto com resíduos da ferida. Limpar/lavar bem as áreas contaminadas ou com hemorragia.

A segurança do medicamento veterinário não foi determinada durante a gestação ou a lactação. As mulheres grávidas e a amamentar devem tomar precauções para evitar o contacto com o local de injeção, com extravasamentos do medicamento veterinário e com detritos tumorais.

Reações adversas (frequência e gravidade)
A manipulação de mastocitomas pode causar a desgranulação das células tumorais. A desgranulação pode provocar tumefação e vermelhidão no local e em volta da área do tumor, bem como sinais clínicos sistémicos, incluindo formação de ferida e hemorragia no estômago e complicações potencialmente fatais, entre as quais choque hipovolémico e/ou uma resposta inflamatória sistémica. Para reduzir a ocorrência de acontecimentos adversos locais e sistémicos relacionados com a desgranulação dos mastócitos e a libertação de histamina, todos os cães tratados têm de receber terapêutica adjuvante concomitante, composta por corticosteroides e bloqueadores dos recetores da H1 e H2, antes e após o tratamento.

A formação de feridas constitui uma reação prevista ao tratamento, sendo a sua ocorrência esperada após a administração deste medicamento veterinário. No estudo de campo realizado, foi observada, na maioria dos animais tratados, uma superfície máxima de ulceração 7 dias após o tratamento, embora num número mais reduzido de casos, o tamanho da ferida tenha continuado a aumentar até 14 dias após o tratamento. A maioria das feridas estava totalmente re-epitelizada no prazo de 28 a 42 dias após o tratamento (com alguns casos individuais a alcançarem a cicatrização ao dia 84). Na maioria dos casos, a área das feridas aumentará com o aumento do tamanho do tumor. No entanto, isto não constitui um fator de previsão fiável para o tamanho ou a gravidade da ulceração nem para o tempo até à cicatrização. Estas feridas saram por cicatrização por segunda intenção com intervenção mínima.
Podem ser aplicadas medidas de tratamento das feridas, caso o médico veterinário responsável considere necessário. A rapidez de cicatrização está relacionada com o tamanho da ferida.
 
Os acontecimentos adversos locais mais frequentes, como dor, hematoma/eritema/edema no local de injeção, claudicação de um membro tratado e formação de feridas, estão relacionados com a patologia localizada. As feridas podem evoluir para cobrir áreas significativamente maiores do que o tamanho original do tumor.

Muito frequente Ligeiro a moderado:
Dor após a injeção.
Formação de feridas no local de injeção, associada a dor e claudicação. Vómitos e taquicardia.

Frequente Grave:
Claudicação, dor, formação de feridas no local de injeção e contração cicatricial. Letargia.

Ligeiro a moderado:
Dilatação do gânglio linfático de drenagem, infeção da ferida, hematomas, eritema e edema. Diarreia, anorexia, perda de peso, taquipneia, letargia, pirexia, cistite, redução do apetite, nova massa neoplásica, alterações na personalidade/comportamento, prurido, tremores e ulceração cutânea.
Anemia, neutrofilia, aumento de neutrófilos em banda, hipoalbuminemia, leucocitose, monocitose e creatina cinase elevadas.

Pouco frequentes Grave:
Infeção/celulite, feridas purulentas.
Anorexia, redução do apetite, sonolência, taquicardia, neuropatia e prurido. Leucocitose, aumento de neutrófilos em banda, trombocitopenia e ALT elevada. Ataques epiléticos.

Ligeiro a moderado:
Formação de um nódulo passageiro na zona envolvente da ferida.
Desidratação, hemorragia, colestase, polidipsia, poliúria, regurgitação, melena, flatulência, incontinência urinária, defecação inapropriada, erupção cutânea maculopapular, abrasão, dermatite, lambedura, agitação.
Proteinúria, trombocitose, ALT e ALP elevadas, bilirrubina elevada, ureia elevada, Gama GT elevada, triglicéridos elevados e hipercalemia.

A frequência dos eventos adversos é definida utilizando a seguinte convenção:
• muito frequente (mais de 1 animal apresentando reação(ões) adversa(s) em 10 animais tratados)
• frequente (mais de 1 mas menos de 10 animais em 100 animais tratados)
• pouco frequentes (mais de 1 mas menos de 10 animais em 1000 animais tratados)
• raros (mais de 1 mas menos de 10 animais em 10 000 animais tratados)
• muito rara (menos de 1 animal em 10 000 animais tratados, incluindo notificações isoladas).

Utilização durante a gestação, a lactação ou a postura de ovos
A segurança do medicamento veterinário não foi determinada nos cães durante a gestação ou a lactação nem em cães reprodutores. Assim, a administração do medicamento veterinário não é recomendada nestes animais.

Interações medicamentosas e outras formas de interação
Desconhecidas.
Não foram realizados estudos de interação específicos com o medicamento veterinário, mas em ensaios de campo, não foram observadas interações com a administração concomitante de corticosteroides (prednisona/prednisolona) e bloqueadores dos recetores da H1 e H2 (p. ex. difenidramina/clorofeniramina e famotidina), ou de analgésicos opioides (p. ex. cloridrato de tramadol).

A administração concomitante de anti-inflamatórios não esteroides (AINE) não foi investigada no ensaio clínico, visto que não se recomenda a sua administração em conjunto com corticosteroides.

Posologia e via de administração
Administração intratumoral.
O STELFONTA é fornecido em frasco para injetáveis de utilização única para injeção intratumoral (IT).
A superfície do mastocitoma (MCT) a tratar tem de estar intacta, para minimizar perdas do medicamento veterinário após a injeção.
Antes de administrar este medicamento veterinário, é fundamental iniciar terapêuticas concomitantes (corticosteroides e bloqueadores dos recetores da H1 e H2) para responder ao risco de desgranulação dos mastócitos. Ver “terapêutica concomitante” abaixo.

Administrar o medicamento veterinário em dose única de 0,5 ml por cm3 de volume do tumor, como determinado, no dia da administração (após a iniciação das terapias concomitantes), seguindo a seguinte equação:

Calcular o tamanho do tumor:
Volume do tumor (cm3) = ½ (comprimento (cm) x largura (cm) x altura (cm))

Calcular a dose:
Volume da dose de STELFONTA (ml) a injetar = Volume do tumor (cm3) x 0,5

A dose máxima do medicamento veterinário é 0,15 ml/kg de peso corporal (que corresponde a 0,15 mg de tiglato de tigilanol/kg de peso corporal), com a administração de 4 ml, no máximo, por cão, independentemente do número de tumores tratados, do volume do tumor ou do peso corporal do animal.
A dose mínima do medicamento veterinário é 0,1 ml, independentemente do volume do tumor ou do peso corporal do animal.
Devem ser adotadas medidas de higiene adequadas (como eliminação dos pelos na área a tratar) antes do tratamento.
Uma vez determinada a dose correta do medicamento veterinário, aspirar o volume necessário para uma seringa Luer lock estéril com uma agulha de calibre 23-27.

É necessária precaução para evitar a manipulação do tumor, de forma a minimizar o risco de desgranulação. Introduzir a agulha na massa tumoral através de um único local de injeção. Ao mesmo tempo que aplica pressão no êmbolo da seringa, deslocar a agulha para a frente e para trás, numa deslocação circular, para administrar o medicamento veterinário em diferentes locais no interior do tumor. A administração do injetável deve ser restringida apenas à massa tumoral (não injetar nas margens ou para além da zona periférica do tumor).

Uma vez administrada a dose total do medicamento veterinário, esperar cerca de 5 segundos para permitir a dispersão pelos tecidos, antes de retirar a agulha do local.
A ferida deve ser coberta no primeiro dia após o tratamento para evitar o contacto direto com resíduos do medicamento veterinário ou eventuais fugas. Manusear o penso com luvas para evitar contacto com o medicamento veterinário. Em caso de fuga intensa de detritos da ferida, que pode ocorrer nas primeiras semanas após a administração do medicamento, cobrir a ferida.

Se, 4 semanas após o tratamento inicial, ainda restar tecido tumoral e a superfície da massa residual permanecer intacta, pode ser administrada uma segunda dose. Medir o tamanho do tumor residual e calcular a nova dose antes da segunda administração.

Terapêutica concomitante
Para responder ao potencial risco de desgranulação dos mastócitos é necessária a administração concomitante dos seguintes medicamentos com cada tratamento com STELFONTA:
Corticosteróides (prednisona ou prednisolona por via oral): iniciar terapêutica 2 dias antes do tratamento com STELFONTA numa dose total de 1 mg/kg, administrada em 0,5 mg/kg por via oral, em duas tomas diárias, e prosseguir a terapêutica diariamente, até 4 dias após o tratamento (ou seja, num total de 7 dias). Reduzir a dose de corticosteróides para 0,5 mg/kg por via oral, em toma diária única, durante mais 3 dias.

Bloqueadores dos recetores da H1 e H2: iniciar a terapêutica no dia da administração de STELFONTA e continuar por mais 8 dias (ver secção 5.1).

Sobredosagem (sintomas, procedimentos de emergência, antídotos), (se necessário)
Num estudo de segurança realizado em laboratório com cães macho de raça Beagle, jovens e saudáveis, foram observados sinais de sobredosagem, por exemplo, vómitos, após uma perfusão intravenosa de 15 minutos de 0,05 mg de tiglato de tigilanol/kg de peso corporal. Foram registados outros sinais, como desequilíbrio na marcha, taquipneia e posição lateral após uma perfusão intravenosa de 15 minutos de 0,10-0,15 mg/kg de peso corporal. Estes sinais foram graves, mas autolimitantes. Foram observados casos de apatia, midríase, ataques epiléticos e, por fim, morte, após uma perfusão intravenosa de 15 minutos de 0,225 mg/kg de peso corporal.

Não se conhece qualquer antídoto para a sobredosagem com STELFONTA. Em caso de ocorrência de acontecimentos adversos durante ou após a sobredosagem, administrar tratamento de manutenção conforme avaliação do médico veterinário assistente.

Intervalo(s) de segurança
Não aplicável.

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Grupo farmacoterapêutico: Agentes antineoplásicos – Ativador da proteína cinase C, tiglato de tigilanol
Código ATC Vet: QL01XX91

Propriedades farmacodinâmicas
Foram investigados os efeitos farmacodinâmicos de tiglato de tigilanol em vários estudos in vitro e in vivo em modelos de ratos; não foram realizados estudos farmacodinâmicos em cães ou em células de mastocitomas. Nestes estudos farmacológicos não clínicos, ficou demonstrado que tiglato de tigilanol ativa a cascata de sinalização da proteína cinase C (PKC). Além disso, o contacto direto das células com tiglato de tigilanol induz a necrose tumoral.

Uma única injeção de tiglato de tigilanol mostrou provocar uma resposta inflamatória rápida e localizada, através da ativação da PKC, perda da vasculatura tumoral e indução da morte das células tumorais. Estes processos conduziram à necrose hemorrágica do tumor e à destruição da massa neoplásica.

Nos cães tratados com tiglato de tigilanol, o tratamento provoca uma resposta inflamatória aguda, com tumefação e eritema extensíveis até às margens do tumor e à zona imediatamente envolvente. Esta resposta inflamatória aguda desaparece no prazo de 48 a 96 horas. No prazo de 4 a 7 dias após o tratamento, observa-se a destruição necrótica do tumor; este prazo pode, por vezes, ser mais prolongado. Nos cães, este processo caracteriza-se pelo escurecimento, redução e “amolecimento” do tumor e por uma descarga espessa composta pelo tumor remanescente e por sangue seco. A massa neoplásica necrotizada vai começar a separar-se pela superfície isquémica, formando uma ferida semelhante a uma bolsa ou cratera. Em seguida, o tecido de granulação saudável preenche rapidamente o recém-criado leito da ferida, com a cicatrização completa da ferida a ocorrer normalmente no prazo de 4 a 6 semanas.

A eficácia e a segurança do medicamento veterinário foram avaliadas num estudo clínico multicêntrico com 123 cães com um mastocitoma único com até 10 cm3 aquando do tratamento inicial.

Foram incluídos no estudo cães com 1 ano de idade ou superior diagnosticados com um MCT subcutâneo localizado no cotovelo ou no jarrete ou distalmente a estes, ou com MCT cutâneo de grau Ia ou IIIa, sem envolvimento regional dos gânglios linfáticos nem sinais clínicos de doença sistémica. Os cães incluídos no estudo apresentavam um tumor de dimensão inferior a 10 cm3 não escoriado nem submetido a abrasamento, de origem não recidivante após cirurgia, radioterapia ou tratamento sistémico.

Foi administrada a seguinte medicação concomitante. Terapêutica com prednisona ou prednisolona iniciada 2 dias antes do tratamento, numa dose de 0,5 mg/kg por via oral, em duas tomas diárias durante 7 dias (2 dias antes, no dia do tratamento e 4 dias após o tratamento, seguida de 0,5 mg/kg em toma diária única por mais 3 dias). Terapêutica com famotidina (0,5 mg/kg por via oral, em duas tomas diárias) e difenidramina (2 mg/kg por via oral, em duas tomas diárias) iniciada no dia do tratamento e prolongada por 7 dias. O medicamento veterinário foi administrado numa toma diária única no dia do tratamento e novamente 4 semanas mais tarde, em caso de presença de tumor residual. A resposta no tumor foi avaliada com recurso aos critérios RECIST: resposta completa (RC), resposta parcial (RP), doença estável (DE) ou doença progressiva (DP).

Quatro semanas após o primeiro tratamento, 60/80 (75%) dos animais alcançaram resposta completa (RC), e outras quatro semanas mais tarde, foi observada RC em 8/18 (44,4%) dos restantes cães submetidos a dois tratamentos. Assim, no total, 68/78 (87,2%) dos cães alcançaram RC após uma a duas doses do medicamento veterinário. Dos cães tratados que apresentaram RC, disponíveis para seguimento 8 e 12 semanas após a última injeção, 59/59 (100%) e 55/57 (96%), respetivamente, mantiveram-se livres de doença no local do tumor tratado.

A eficácia do medicamento veterinário em tumores de grau elevado (determinado por diagnóstico citológico) só foi avaliada num número limitado de casos. Dez de 13 tumores no estudo classificados como sendo de «grau elevado» ou «suspeita de grau elevado» foram tratados com STELFONTA. Destes, 5 alcançaram resposta completa após 1 ou 2 tratamentos, quatro dos quais continuavam livres de tumor 84 dias após o último tratamento. Dos 5 casos com resposta completa, 3 foram confirmados como sendo de «grau elevado» e 2 foram considerados com «suspeita de grau elevado».

Neste estudo clínico multicêntrico, 98% dos cães tratados com o medicamento veterinário desenvolveram formação de feridas no local do tumor tratado (uma reação prevista ao tratamento). 56,5% destas feridas estavam totalmente cicatrizadas 28 dias após o tratamento. 42 dias após o tratamento, 76,5% das feridas estavam totalmente cicatrizadas. 84 dias após o tratamento, 96,5% das feridas estavam totalmente cicatrizadas.

Propriedades farmacocinéticas
Os parâmetros farmacocinéticos de tiglato de tigilanol foram avaliados num estudo de controlo dos níveis plasmáticos sistémicos em 10 cães, após injeção intratumoral em 5 MCT cutâneos e 5 MCT subcutâneos na dose terapêutica recomendada. Foi administrada uma dose de 0,5 mg/cm3 (= 0,5 ml/cm3) de volume tumoral em animais com volumes tumorais entre 0,1 e 6,8 cm3, resultando em dosagens entre 0,002 e 0,145 mg/kg de peso corporal (média de 0,071 mg/kg de peso corporal).

Devido a variações nas dosagens e a limitações nos tempos de amostragem, não foi possível obter uma determinação fiável dos valores Cmax e AUC. Porém, os valores indicavam uma Cmax média de 5,86 ng/ml (intervalo: 0,36─11,1 ng/ml) e uma AUClast média de 14,59 h*ng/ml (intervalo: 1,62─28,92 h*ng/ml). Foi observada uma grande variabilidade inter-individual ao determinar a semivida pós- injeção intratumoral, com um intervalo entre 1,24─10,8 horas. O Tiglato de tigilanol parece apresentar uma cinética flip-flop (taxa de libertação sustentada), dada a determinação de uma semivida consideravelmente inferior, de 0,54 horas, após a perfusão intravenosa de 0,075 mg/kg em 12 cães.

A deteção de metabolitos in vitro em microssomas hepáticos caninos demonstrou uma semivida de 21,8 minutos de tiglato de tigilanol nos hepatócitos e um total de treze metabolitos. Os metabolitos eram mais polares e oxigenados do que o composto de origem. Estudos demonstraram algumas substituições de grupo funcional desta natureza, que resultaram numa redução da atividade biológica in vitro (redução de atividade > 60x na PKC, em comparação com o composto de origem).

A via de excreção de tiglato de tigilanol ou dos seus metabolitos não foi determinada. Análises a amostras de urina, fezes e saliva de cães tratados com o medicamento veterinário mostram a presença de tiglato de tigilanol em amostras isoladas, sem tendência ou consistência, em níveis de 11─44 ng/g (ml).

INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS

Lista de excipientes
Propilenoglicol
Acetato de sódio trihidratado
Ácido acético glacial
Água para preparações injetáveis

Incompatibilidades importantes
Na ausência de estudos de compatibilidade, este medicamento veterinário não deve ser misturado com outros.

Prazo de validade
Prazo de validade do medicamento veterinário tal como embalado para venda: 48 meses.
Prazo de validade após a primeira abertura do acondicionamento primário: usar imediatamente.
 
Precauções especiais de conservação
Conservar no frigorífico (2 C – 8 C). Não congelar.
Manter o frasco para injetáveis dentro da embalagem exterior para proteger da luz.

Natureza e composição do acondicionamento primário
Frasco para injetáveis com tampa de borracha clorobutílica, selo de alumínio e cápsula de fecho de destacar de polipropileno, contendo 2 ml.

Apresentação:
1 frasco para injetáveis por caixa de cartão.

Precauções especiais para a eliminação de medicamentos veterinários não utilizados ou de desperdícios derivados da utilização desses medicamentos
O medicamento veterinário não utilizado ou os seus desperdícios devem ser eliminados de acordo com os requisitos nacionais.

TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
QBiotics Netherlands B.V. Prinses Margrietplantsoen 33
2595 AM Haia Países Baixos

NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
EU/2/19/248/001

DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO
Data da primeira autorização: 15/01/2020.

DATA DA REVISÃO DO TEXTO
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Encontram-se disponíveis informações detalhadas sobre este medicamento veterinário no website
da Agência Europeia do Medicamento http://www.ema.europa.eu/.

PROIBIÇÃO DE VENDA, FORNECIMENTO E/OU UTILIZAÇÃO
Não aplicável.