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Vetflurane

Resumo das Características do Medicamento

NOME DO MEDICAMENTO VETERINÁRIO
Vetflurane 1000 mg/g líquido para inalação por vaporização.

COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada mililitro contém:

Substância ativa:
Isoflurano 1000 mg/g. 

O medicamento veterinário não contém excipientes.

FORMA FARMACÊUTICA
Líquido para inalação por vaporização.
Líquido límpido e incolor.

INFORMAÇÕES CLÍNICAS

Espécies alvo
Equinos (cavalos), caninos (cães), felinos (gatos), aves ornamentais, répteis, ratos, ratinhos, hamsters, chinchilas, gerbilos, cobaios e furões.

Indicações de utilização, especificando as espécies-alvo
Indução e manutenção da anestesia geral.

Contra-indicações
Não administrar em caso de susceptibilidade conhecida à hipertermia maligna.
Não administrar em casos de hipersensibilidade ao isoflurano ou a outros agentes halogenados.

Advertências especiais
O metabolismo das aves, e num certo grau dos mamíferos de pequeno porte, é afectado mais profundamente por diminuições da temperatura corporal devido à razão entre a elevada área de superfície e o peso corporal. Em répteis, o metabolismo do medicamento veterinário é lento e altamente dependente da temperatura ambiental.

A absorção, distribuição e eliminação do isoflurano é rápida, sendo quase todo excretado inalterado pelos pulmões. Estas características podem permitir a sua utilização em grupos especiais tais como os dos animais jovens e idosos ou com quadro de disfunção hepática renal ou cardíaca, sendo que o protocolo anestésico deve ser sempre definido caso a caso.

Precauções especiais de utilização

Precauções especiais para utilização em animais
O isoflurano apresenta poucas ou nenhumas propriedades analgésicas. Deve ser utilizada uma analgesia adequada antes da cirurgia. As necessidades analgésicas do animal devem ser tidas em consideração antes de terminar a anestesia geral.
A utilização do isoflurano em animais com doença cardíaca deve ser equacionada apenas após avaliação da relação risco/ benefício pelo médico veterinário responsável.
É importante a monitorização da função respiratória e da frequência cardíaca e suas características. É importante manter as vias respiratórias desimpedidas e os tecidos devidamente oxigenados durante a manutenção da anestesia.
Quando o isoflurano é utilizado para anestesiar um animal com um traumatismo craniano deve ter-se em consideração se a ventilação artificial é adequada para manter os níveis normais de CO2 de modo a que o fluxo sanguíneo cerebral não aumente.
Uma vez que o isoflurano produz depressão respiratória é aconselhável monitorizar a frequência e a profundidade respiratória durante a anestesia.

Precauções especiais que devem ser tomadas pela pessoa que administra o medicamento aos animais
As pessoas com hipersensibilidade conhecida ao isoflurano devem evitar o contacto com o medicamento veterinário.
Não inalar o vapor. 
Os operadores devem consultar a Autoridade Nacional no sentido de obter aconselhamento sobre os padrões de exposição profissional recomendados para o isoflurano.
As salas de indução e de recuperação devem ter uma ventilação adequada e uma extracção ativa de forma a impedir a acumulação de vapores de isoflurano. Todos os sistemas de depuração / extracção devem ser sujeitos a manutenção adequada.
Mulheres grávidas ou que estejam a amamentar devem evitar o contacto com o medicamento veterinário e devem evitar as salas de operação e de recuperação.  
Evitar a utilização de máscara facial na indução prolongada e na manutenção da anestesia geral.
Utilizar sempre que possível entubação endotraqueal para a administração deste medicamento veterinário durante a manutenção da anestesia geral.
Para proteger o ambiente, é considerada uma boa prática a utilização de filtros de carvão no equipamento de depuração.
Deve ter-se cuidado quando da introdução do Isoflurano no vaporizador, devendo os derrames ser imediatamente estancados com um material inerte e absorvente como, por exemplo, a serradura. 
Lavar imediatamente quaisquer salpicos da pele e dos olhos, e evitar o contacto com a boca. Em caso de exposição acidental grave retirar o operador da fonte de exposição, obter assistência médica urgente, e mostrar este rótulo.
Os agentes anestésicos halogenados podem causar lesão hepática. No caso do isoflurano trata-se de uma resposta idiossincrática muito raramente observada após exposição repetida.

Conselho aos médicos: Manter as vias aéreas livres e administrar tratamento sintomático e de suporte. De referir que a adrenalina e as catecolaminas podem causar disrritmias cardíacas.

Reações adversas (frequência e gravidade)
O isoflurano produz hipotensão e depressão respiratória de uma forma relacionada com a dose administrada.
Foram reportadas arritmias cardíacas ocasionais.
A hipertermia maligna foi raramente reportada em animais susceptíveis.
A paragem respiratória deve ser tratada através de ventilação assistida.
Em caso de paragem cardíaca realizar reanimação cardiopulmonar.

Utilização durante a gestação, a lactação e a postura de ovos
Gestação:
Utilizar somente nos casos em que a avaliação risco /benefício feita pelo médico veterinário responsável indicar que os benefícios são superiores aos riscos. O isoflurano foi utilizado com segurança para anestesia durante a cesariana em cadelas e gatas.

Lactação:
Usar apenas de acordo com a análise beneficio/ risco feito pelo veterinário responsável.

Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
A inalação simultânea de óxido nitroso intensifica o efeito do isoflurano no homem, sendo de esperar uma potenciação semelhante nos animais.
A utilização concomitante de medicamentos sedativos ou analgésicos permite reduzir o nível de isoflurano necessário para produzir e manter a anestesia.
Em cavalos foi reportado que a detomidina e a xilazina reduzem a CAM do isoflurano.
Em cães foi reportado que a morfina, oximorfona, acepromazina, medetomidina e midazolam reduzem a CAM do isoflurano. A administração concomitante de midazolam/cetamina durante a anestesia com isoflurano pode desencadear efeitos cardiovasculares acentuados, especialmente hipotensão. Os efeitos depressores do propranolol sobre a contratilidade do miocárdio sofrem uma diminuição durante a anestesia com o Isoflurano indicando um grau moderado de atividade do b-receptor.
Em gatos foi reportado que a administração intravenosa de midazolam – butorfanol altera vários parâmetros cardiorespiratórios em gatos induzidos com isoflurano assim como o fentanil epidural e a medetomidina. Foi demonstrado que o isoflurano reduz a sensibilidade do coração à adrenalina (epinefrina).
Em catatuas foi reportado que o butorfanol reduz a CAM do Isoflurano.
Em pombos foi reportado que o midazolam reduz a CAM do Isoflurano.
Para répteis e mamíferos de pequeno porte não existe informação disponível.
O Isoflurano tem uma acção de sensibilização do miocárdio aos efeitos das catecolaminas disritmogénicas circulantes mais fraca que a do halotano.
O isoflurano pode ser degradado em monóxido de carbono pelos absorventes secos de dióxido de carbono.

Posologia e via de administração
O isoflurano deve ser administrado utilizando um vaporizador doseado com exatidão num circuito anestésico adequado pois os níveis de anestesia podem alterar-se rápida e facilmente.
O isoflurano pode ser administrado em oxigénio ou em misturas de oxigénio/óxido nitroso. Os valores da CAM (concentração alveolar mínima em oxigénio) ou da dose eficaz ED50 e as concentrações a seguir sugeridas para as espécies alvo, devem ser utilizadas apenas como orientação ou como ponto de partida. As concentrações efectivas necessárias na prática dependem de muitas variáveis, incluindo a utilização concomitante de outros fármacos durante o procedimento anestésico, e do estado clínico do animal.
O isoflurano pode ser utilizado em associação com outros medicamentos normalmente utilizados em regimes anestésicos veterinários para pré-medicação, indução e analgesia. Na informação individual sobre as espécies são dados exemplos específicos.
A recuperação da anestesia com isoflurano é geralmente suave e rápida. Antes de terminar a anestesia geral as necessidades analgésicas do animal devem ser tidas em consideração.
A utilização concomitante de sedativos ou analgésicos permite reduzir o nível de isoflurano necessário para produzir e manter a anestesia.

CAVALO
A CAM do isoflurano no cavalo é de aproximadamente 1.31%.

Pré-medicação
O Isoflurano pode ser utilizado com outros medicamentos habitualmente utilizados nos regimes anestésicos veterinários. Verificou-se que os seguintes medicamentos eram compatíveis com o isoflurano: acepromazina, butorfanol, detomidina, diazepam, dobutamina, dopamina, guaifenesina, cetamina, morfina, petidina, tiamilal, tiopentona e xilazina. Os medicamentos utilizados para a pré-medicação devem ser seleccionados de acordo com cada animal em particular. Contudo, deve ter-se em consideração as potenciais interacções.

Interacções
Ver secção 4.8.

Indução:
Normalmente, não é praticável induzir a anestesia em cavalos adultos utilizando o isoflurano, a indução deve ser efectuada utilizando um barbitúrico de acção curta como a tiopentona sódica, a cetamina ou a guaifenesina. Posteriormente, podem ser utilizadas concentrações de isoflurano de 3 a 5 % para se obter a profundidade desejada da anestesia em 5 a 10 minutos.
 O isoflurano numa concentração de 3 a 5% num fluxo elevado de oxigénio pode ser utilizado para a indução em poldros.

Manutenção:
A anestesia pode ser mantida utilizando o isoflurano em concentrações de 1,5 % a 2,5 %.

Recuperação:
A recuperação é geralmente suave e rápida.


CÃO
A CAM do isoflurano no cão é aproximadamente de 1,28 %.

Pré-medicação:
O isoflurano pode ser utilizado com outros medicamentos normalmente utilizados em regimes anestésicos veterinários. Verificou-se que os medicamentos seguintes eram compatíveis com o isoflurano: acepromazina, atropina, butorfanol, buprenorfina, bupivacaina, diazepam, dobutamina, efedrina, epinefrina, glicopirrolato, cetamina, medetomidina, midazolam, metoxamina, oximorfona, propofol, tiamilal, tiopentona e xilazina. Os medicamentos utilizados para a pré-medicação devem ser seleccionados de acordo com cada animal em particular. Contudo, deve registar-se as potenciais interacções mencionadas.

Interacções
Ver secção 4.8.

Indução:
É possível efectuar a indução por máscara facial utilizando isoflurano até 5%, com ou sem pré-medicação.

Manutenção:
A anestesia pode ser mantida utilizando o isoflurano em concentrações de 1,5 % a 2,5 %.

Recuperação:
A recuperação é geralmente suave e rápida.


GATO
A CAM do isoflurano no gato é aproximadamente de 1,63 %.

Pré-medicação:
O isoflurano pode ser utilizado com outros medicamentos normalmente utilizados em regimes anestésicos veterinários. Verificou-se que os medicamentos seguintes eram compatíveis com o isoflurano: acepromazina, atropina, diazepam, cetamina e oximorfona. Os medicamentos utilizados para a pré-medicação devem ser seleccionados de acordo com cada animal em particular. Contudo, deve ter-se em consideração as potenciais interacções

Interacções
Ver secção 4.8.

Indução:
É possível efectuar a indução por máscara facial utilizando isoflurano até 4%, com ou sem pré-medicação.

Manutenção:
A anestesia pode ser mantida utilizando o isoflurano em concentrações de 1,5 % a 3 %.

Recuperação:
A recuperação é geralmente suave e rápida.


AVES ORNAMENTAIS
Foram registados poucos valores das CAM / ED50. Como exemplos cita-se: 1,34 % para a garça Sandhill, 1,45 % para o pombo de corridas reduzido para 0,89 % pela administração de midazolam, e 1,44 % para catatuas reduzido para 1,08 % pela administração do analgésico butorfanol.
 A utilização da anestesia com isoflurano foi reportada para muitas espécies desde pequenas aves, como, por exemplo, os mandarins, até aves de grande porte como os abutres, águias e cisnes.

Interacções /Compatibilidades:
Foi demonstrado, na literatura, que o propofol é compatível com a anestesia com isoflurano em cisnes.

Interacções:
Ver secção 4.8.

Indução:
A indução com isoflurano entre 3 e 5 % é normalmente rápida. Em cisnes, foi reportada a indução de anestesia com propofol, seguida por manutenção com isoflurano.

Manutenção:
A dose de manutenção depende da espécie e de cada caso individual. Geralmente, 2 a 3 % é adequado e seguro.
Pode ser necessário apenas 0,6 a 1% para algumas espécies de cegonha e de garça.
Pode ser necessário até 4 a 5 % para alguns abutres e águias.
Pode ser necessário 3,5 a 4 % para alguns patos e gansos.
Em geral, as aves respondem muito rapidamente a alterações na concentração do isoflurano.

Recuperação:
A recuperação é geralmente suave e rápida.


RÉPTEIS
A literatura refere a sua utilização numa ampla variedade de répteis (por exemplo, diversas espécies de lagarto, tartaruga, iguana, camaleão e de cobras).
A ED50 foi determinada na iguana do deserto como sendo de 3,14 % a 35ºC e de 2,83 % a 20ºC.

Interacções /Compatibilidades:
Ver secção 4.8.

Indução:
A indução é normalmente rápida com o isoflurano em concentrações de 2 a 4 %.

Manutenção:
1 a 3 % é uma concentração útil.

Recuperação:
A recuperação é geralmente suave e rápida.


RATOS, RATINHOS, HAMSTERS, CHINCHILAS, GERBILOS, COBAIOS E FURÕES
A CAM para os ratinhos foi citada como sendo de 1,34 % e para os ratos de 1,38 %, 1,46 % e 2,4 %.

Interacções /Compatibilidades:
Ver secção 4.8.

Indução:
Concentração de isoflurano de 2 a 3 %.

Manutenção:
Concentração de isoflurano de 0,25 a 2 %.

Recuperação:
A recuperação é geralmente suave e rápida.

Espécies

CAM (%)

Indução (%)

Manutenção (%)

Recuperação

Cavalo

1,31

3,0 – 5,0 (poldros)

1,5 – 2,5

Suave e rápida

Cão

1,28

Até 5,0

1,5 – 2,5

Suave e rápida

Gato

1,63

Até 4,0

1,5 – 3,0

Suave e rápida

Aves ornamentais

Ver Posología

3,0 – 5,0

Ver Posologia

Suave e rápida

Reptéis

Ver Posología

2,0 – 4,0

1,0 – 3,0

Suave e rápida

Ratos, ratinhos, hamsters, chinchilas, gerbilos, cobaios e furões

 

1,34 (ratinho)

1,38/1,46/2,40 (rato)

 

2,0 – 3,0

 

0,25 – 2,0

 

Suave e rápida


Sobredosagem (sintomas, procedimentos de emergência, antídotos), se necessário.
Uma sobredosagem de isoflurano pode resultar em depressão respiratória profunda. Por isso, a respiração deve ser monitorizada de perto e suportada com oxigénio suplementar e / ou ventilação assistida se necessário.
Em caso de depressão cardiopulmonar grave interromper a administração do isoflurano, purgar o circuito de respiração com oxigénio, garantir as vias aéreas livres e iniciar imediatamente a ventilação artificial com oxigénio puro. A depressão cardiovascular deve ser tratada com expansores do plasma, agentes hipertensores, agentes anti–arrítmicos, ou outras técnicas apropriadas.

Intervalo(s) de segurança
Equinos (Cavalos): carne e vísceras: 2 dias.
Não administrar a éguas lactantes produtoras de leite destinado ao consumo humano.

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS

Grupo farmacoterapêutico: Anestésico geral – hidrocarboneto halogenado
Código ATCvet: QN01AB06

Propriedades Farmacodinâmicas
O isoflurano produz inconsciência através da sua acção a nível do sistema nervoso central. Tem poucas ou nenhumas propriedades analgésicas.
Como os restantes anestésicos inaláveis deste tipo, o isoflurano deprime os sistemas respiratórios e cardiovasculares.

Propriedades Farmacocinéticas
O isoflurano é absorvido por inalação e é rapidamente distribuído através da corrente sanguínea para outros tecidos, incluindo o cérebro. O seu coeficiente de partição gás/sangue a 37 ºC é de 1,4. A absorção e a distribuição do isoflurano, e a eliminação do isoflurano não metabolizado pelos pulmões são rápidas, com as consequências clínicas de uma indução e recuperação rápidas e de um controlo fácil e rápido da profundidade da anestesia.
O metabolismo do isoflurano é mínimo (cerca de 0,2 %, principalmente em fluoreto inorgânico) e quase todo o isoflurano administrado é excretado, inalterado, pelos pulmões.

INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS

Lista de excipientes

Nenhum.

Incompatibilidades
Foi reportada a interacção do isoflurano com absorventes secos de dióxido de carbono para formar monóxido de carbono. A fim de minimizar o risco de formação de monóxido de carbono em circuitos de re–inalação e a possibilidade de níveis elevados de carboxihemoglobina, não se deve deixar secar os absorventes de dióxido de carbono.

Prazo de validade
Prazo de validade do medicamento veterinário tal com embalado para venda: 2 anos.

Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 25 °C.
Proteger da luz solar directa e do calor.
Conservar no recipiente de origem hermeticamente fechado.

Natureza e composição do acondicionamento primário
Caixa de cartão contendo um frasco de vidro de cor amarela de 100 ml ou de 250 ml (Tipo III) com cápsulas revestidas por polietileno baixa densidade.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

PRECAUÇÕES ESPECIAIS PARA A ELIMINAÇÃO DE MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS NÃO UTILIZADOS OU DE DESPERDÍCIOS DERIVADOS DA UTILIZAÇÃO DESSES MEDICAMENTOS
O medicamento veterinário não utilizado ou os seus desperdícios devem ser eliminados de acordo com a legislação em vigor.

TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
VIRBAC S.A.
1ère avenue – 2065m – L.I.D.
06516 Carros
FRANÇA

NÚMERO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
279/01/10DFVPT

DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO / RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO
27 de Setembro de 2010 / Julho de 2015

DATA DA REVISÃO DO TEXTO
Janeiro de 2016