Curacef Duo

NOME DO MEDICAMENTO VETERINÁRIO
CURACEF DUO, 50 mg/ml / 150 mg/ml, suspensão injetável para bovinos

COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada ml contém:

Substâncias ativas:

Ceftiofur (sob a forma de cloridrato) ....... 50,0 mg
Cetoprofeno.........................................150,0 mg

Para a lista completa de excipientes, ver secção Lista de Excipientes.

FORMA FARMACÊUTICA
Suspensão injetável.
Suspensão esbranquiçada a rosada.

INFORMAÇÕES CLÍNICAS

Espécie(s)-alvo
Bovinos.

Indicações de utilização, especificando as espécies-alvo
Para o tratamento da doença respiratória bacteriana em bovinos (BRD) associada a Mannheimia haemolytica e Pasteurella multocida sensíveis ao ceftiofur e redução dos sinais clínicos associados de inflamação ou pirexia.

Contraindicações
Não usar em caso de resistência conhecida a outras cefalosporinas ou a antibióticos beta-lactâmicos.
Não administrar em caso de hipersensibilidade ao ceftiofur e outros antibióticos ß-lactâmicos. Não usar em caso de hipersensibilidade ao cetoprofeno.
Não usar em aves (incluindo os ovos) devido ao risco de transmissão de resistência antimicrobiana a humanos.
Não administrar outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e corticosteroides, concomitantemente ou no período de 24 horas após a administração deste medicamento veterinário.
Não usar em animais com doença cardíaca, hepática ou renal, quando exista o risco de úlcera gastrointestinal ou hemorragia ou quando haja evidência de discrasia hemática.

Advertências especiais para cada espécie-alvo
Não administrar a animais desidratados, hipovolémicos ou hipotensivos devido ao risco potencial de aumento da toxicidade renal.

Precauções especiais de utilização


Precauções especiais para utilização em animais
Suspender o tratamento em caso de reação alérgica.
O medicamento veterinário seleciona para estirpes resistentes, tais como as bactérias produtoras de beta-lactamases de largo espectro (ESBL), as quais podem constituir um risco para a saúde humana caso sejam transmitidas aos humanos, por exemplo, através do alimento. Por esta razão, o medicamento veterinário deve ser reservado para o tratamento de condições clínicas que tenham respondido mal ou que se preveja venham a responder mal (como em casos muito agudos, quando o tratamento tenha de ser iniciado sem um diagnóstico bacteriológico) aos antimicrobianos da primeira linha de tratamento.
Quando a inflamação ou a pirexia cedem, o médico veterinário deve mudar a terapêutica e administrar um medicamento veterinário que contenha apenas ceftiofur durante 3 a 5 dias consecutivos. É importante estabelecer a duração adequada do tratamento de forma a limitar o desenvolvimento de resistências bacterianas.
A administração do medicamento veterinário deverá ter em consideração as políticas antimicrobianas oficiais, nacionais e regionais. A administração em excesso, incluindo a utilização do medicamento veterinário fora das instruções do RCM, pode aumentar a prevalência de resistências bacterianas ao medicamento veterinário. Sempre que possível, a administração do medicamento veterinário deverá ser baseada em testes de sensibilidade.
O medicamento veterinário destina-se ao tratamento individual dos animais. Não administrar como prevenção das doenças, ou como parte dos programas sanitários das explorações. O tratamento de grupos de animais deve ser estritamente limitado a surtos de doenças, em conformidade com as condições de utilização aprovadas.
A administração concomitante de diuréticos ou coagulante deve basear-se na avaliação benefício/risco realizado pelo médico veterinário responsável.
Não administrar por via intra-arterial e intravenosa. Utilizar preferencialmente uma agulha calibre 14.

Precauções especiais a adotar pela pessoa que administra o medicamento aos animais
As penicilinas e cefalosporinas podem causar hipersensibilidade (alergia) após injeção, inalação, ingestão ou contacto com a pele. A hipersensibilidade às penicilinas pode conduzir a reações cruzadas com as cefalosporinas e vice-versa. O cetoprofeno pode também causar hipersensibilidade. As reações alérgicas a estas substâncias podem, por vezes, ser graves.
Não manipular este medicamento veterinário se sabe que é sensível às substâncias ativas ou a qualquer dos excipientes, ou se foi aconselhado a não trabalhar com estas preparações.
Lavar as mãos após a administração.
Evitar o contacto com os olhos e com a pele. Em caso de contacto, lavar imediatamente com água.
No caso de desenvolvimento de sintomas após a exposição, tal como rash cutâneo, procurar conselho médico e mostrar esta advertência.
O aparecimento de sintomas mais graves, como o edema da face, lábios ou olhos, ou dificuldade respiratória, requer cuidados médicos urgentes.
Em caso de autoinjeção acidental, dirija-se imediatamente a um médico e mostre-lhe o folheto informativo ou o rótulo.

Reações adversas (frequência e gravidade)
Os estudos de campo realizados em bovinos com idades compreendidas entre 1 mês e 12 anos não revelaram qualquer risco relativo à segurança do medicamento veterinário.
Foram observadas de uma forma frequente, nos estudos realizados, reações inflamatórias ligeiras no local da inoculação, tais como edema do tecido, sem dor na maior parte dos casos.
Podem ocorrer ocasionalmente reações de hipersensibilidade (por exemplo, reações cutâneas, anafilaxia) não relacionadas com a dose. Muito raramente foi observada descoloração do tecido subcutâneo e /ou músculo.
Intolerância gástrica ou renal pode ser observada muito raramente em alguns indivíduos devido à inibição da síntese da prostaglandina, um efeito comum dos AINEs.

A frequência dos eventos adversos é definida utilizando a seguinte convenção:

  • Muito frequente (mais de 1 animal apresentando evento(s) adverso(s) em 10 animais tratados).
  • Frequente (mais de 1 mas menos de 10 animais em 100 animais tratados).
  • Pouco frequente (mais de 1 mas menos de 10 animais em 1 000 animais tratados).
  • Rara (mais de 1 mas menos de 10 animais em 10 000 animais tratados).
  • Muito rara (menos de 1 animal em 10 000 animais tratados, incluindo notificações isoladas).

Utilização durante a gestação, a lactação ou a postura de ovos
Embora estudos em animais de laboratório com ceftiofur ou cetoprofeno não demonstrem qualquer evidência de teratogénese, aborto ou influência na reprodução, a segurança reprodutiva do medicamento veterinário não foi especificamente investigada em vacas gestantes.
Administrar apenas em conformidade com a avaliação benefício/risco realizada pelo médico veterinário responsável.

Interações medicamentosas e outras formas de interação
Alguns AINEs podem ligar-se fortemente às proteínas plasmáticas e competir com outros medicamentos com elevada taxa de ligação, o que pode desencadear efeitos tóxicos.
Não administrar concomitantemente com outros AINE(s) ou com corticosteroides, diuréticos, medicamentos nefrotóxicos ou anticoagulantes.
As propriedades bactericidas dos antibióticos beta-lactâmicos são neutralizadas pela administração simultânea de antibióticos bacteriostáticos (macrólidos, sulfonamidas e tetraciclinas).

Posologia e via de administração

Via intramuscular.
1 mg ceftiofur/kg/dia e 3 mg cetoprofeno/kg/dia por injeção intramuscular, ou seja, 1 ml/50 kg em cada injeção. O medicamento veterinário deve ser administrado apenas quando a doença está associada a sinais clínicos de inflamação e pirexia. O medicamento veterinário pode ser administrado durante 1 a 5 dias consecutivos em função da resposta clínica caso a caso. Quando a inflamação ou a pirexia cedem, o médico veterinário deve mudar a terapêutica e administrar um medicamento veterinário que contenha apenas ceftiofur durante 3 a 5 dias consecutivos, uma vez que a duração do tratamento antibiótico não deve ser inferior a 3-5 dias. Apenas um número reduzido de animais necessita de uma quarta ou quinta injeção do medicamento veterinário.
Agitar energicamente o frasco durante 20 segundos antes de utilizar, para garantir uma suspensão homogénea.
A reconstituição da suspensão pode ser mais morosa após conservação a baixas temperaturas.
Para assegurar uma dosagem correta, o peso corporal deve ser determinado com rigor para evitar a subdosagem.
O utilizador deve usar a apresentação mais adequada ao número de animais a tratar.
Os frascos de 50 ml e 100 ml não devem ser perfurados mais de 10 vezes e os frascos de 250 ml não devem ser perfurados mais de 18 vezes. Recomenda-se a utilização de uma agulha de aspiração para evitar a perfuração excessiva da rolha.
Subsequentes injeções intramusculares devem ser dadas em sítios diferentes. Não devem ser administrados mais de 16 ml por sítio de injeção.

Sobredosagem (sintomas, procedimentos de emergência, antídotos, se necessário)
Não foram observados sinais de toxicidade sistémica com doses até 5 vezes superiores à dose diária recomendada administradas durante 15 dias consecutivos.

Intervalo(s) de segurança
Carne e vísceras: 8 dias.

Leite: zero horas.


PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Grupo farmacoterapêutico: antibacterianos para uso sistémico, ceftiofur, combinações.
Código ATCvet: QJ01DD99

Propriedades farmacodinâmicas
O ceftiofur é uma cefalosporina de terceira geração, ativa contra muitas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. O ceftiofur, tal como outros beta-lactâmicos, inibe a síntese da parede celular bacteriana, possuindo assim propriedades bactericidas.
A síntese da parede celular depende das enzimas designadas proteínas de ligação à penicilina (PBPs). A bactéria pode desenvolver resistência às cefalosporinas através de quatro mecanismos básicos: 1) alterando ou adquirindo proteínas de ligação à penicilina insensíveis a um beta-lactâmico; 2) alterando a permeabilidade da célula aos beta-lactâmicos; 3) produzindo beta- lactamases que hidrolisam o anel beta–lactâmico da molécula ou 4) efluxo ativo.
Algumas beta-lactamases documentadas em organismos entéricos Gram-negativos podem conferir elevadas CMIs em graus variados para cefalosporinas da terceira e quarta gerações, bem como para penicilinas, ampicilinas, combinações de inibidores beta-lactâmicos e cefalosporinas da primeira e segunda gerações.
O ceftiofur é ativo contra os seguintes microrganismos envolvidos em patologias respiratórias dos bovinos: Pasteurella multocida, Mannheimia haemolytica (anterior Pasteurella haemolytica).
Foram determinadas as seguintes Concentrações Mínimas Inibitórias (CMIs) para o ceftiofur em isolados de bactéria alvo na Europa, isolados de animais doentes entre 2014 e 2016:

Organismo
(Número de isolados)

Intervalo CMI
(μg/mL)

CMI50
(μg/mL)

CMI90
(μg/mL)

Mannheimia haemolytica
(91)

0.002 - 4

0.015

0.06

Pasteurella multocida
(155)

0.008 - 0.25

0.015

0.03

As CMIs dos microrganismos-alvo respiratórios evidenciaram perfis de distribuição mono- modal com boa suscetibilidade ao ceftiofur. Os pontos de rutura clinica (CLSI document VET 08 (5) e VET06(6)) para o ceftiofur estão estabelecidos para a doença respiratória bovina e M. haemolytica, P. multocida: suscetível: ≤2 µg/ml; intermédio: 4 µg/ml; resistente: ≥8 µg/ml. De acordo com estes pontos de rutura microbiológica não foram detetadas estirpes resistentes dos microrganismos-alvo respiratórios.

O cetoprofeno é um derivado do ácido fenilpropiónico e pertence ao grupo dos medicamentos anti-inflamatórios não esteroides. O seu mecanismo de ação está relacionado com a capacidade de interferir na síntese das prostaglandinas ao nível dos percursores, como o ácido hialurónico. Apesar do cetoprofeno não ter um efeito direto sobre as endotoxinas produzidas, reduz a produção da prostaglandina e, por isso, reduz os muitos efeitos da cascata da prostaglandina. As prostaglandinas fazem parte dos processos complexos envolvidos no choque endotóxico. As suas principais atividades farmacológicas são a anti-inflamatória, analgésica e antipirética.

Propriedades farmacocinéticas
Após administração, o ceftiofur é rapidamente metabolizado em desfuroilceftiofur, o principal metabolito ativo.
O desfuroilceftiofur apresenta uma atividade antimicrobiana contra as principais bactérias envolvidas na patologia respiratória dos bovinos equivalente à do ceftiofur. O metabolito ativo liga-se de forma reversível às proteínas plasmáticas. Devido ao seu transporte por estas proteínas o metabolito concentra-se no local da infeção, é ativo e permanece ativo na presença de tecido necrótico e detritos.
O ceftiofur tem biodisponibilidade absoluta após administração intramuscular.
Em bovinos, após a administração de uma dose única intramuscular de 1 mg/kg de ceftiofur (sob a forma de cloridrato), as concentrações plasmáticas máximas de 6.11 ± 1.56 µg/mL (Cmax) de ceftiofur e metabolitos relacionados com o desfuroilceftiofur são atingidas após 5 horas (Tmax). A semivida de eliminação (t½) do ceftiofur e metabolitos relacionados com desfuroilceftiofur foi de 22 horas.
A eliminação ocorre essencialmente através da urina (mais de 55 %); 31 % da dose foi recuperada nas fezes.
O cetoprofeno tem biodisponibilidade absoluta após administração intramuscular.
Em bovinos, após a administração de uma dose única intramuscular de 3 mg/kg de cetoprofeno, as concentrações plasmáticas máximas de 5.55 ± 1.58 µg/mL (Cmax) de cetoprofeno são atingidas após 4 horas (Tmax). A semivida de eliminação (t½) do cetoprofeno foi de 3.75 horas.
Nos bovinos, o cetoprofeno liga-se fortemente às proteínas (97%). A eliminação ocorre essencialmente através da urina (90 % das doses), sob a forma de metabolitos.

INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS

Lista de excipientes
Oleato de sorbitano
Lecitina hidrogenada de soja
Óleo de semente de algodão

Incompatibilidades principais
Na ausência de estudos de compatibilidade, este medicamento veterinário não deve ser misturado com outros.

Prazo de validade

Prazo de validade do medicamento veterinário tal como embalado para venda: 2 anos para frascos de polipropileno.
Prazo de validade do medicamento veterinário tal como embalado para venda: 3 anos para frascos de vidro.
Prazo de validade após a primeira abertura do acondicionamento primário: 28 dias.

Precauções especiais de conservação
Não congelar.
Manter o frasco de vidro dentro da embalagem exterior de cartão para proteger da luz.

Natureza e composição do acondicionamento primário
Caixa de cartão contendo um frasco de vidro tipo II colorido com rolha de borracha de bromobutil e cápsula em alumínio,
ou
Caixa de cartão contendo um frasco de polipropileno translúcido (PP) de cor âmbar com uma bola de aço inoxidável, fechado com rolha de borracha de bromobutil e cápsula de alumínio.

Apresentações disponíveis: 1 x 50 ml; 1 x 100 ml; 1 x 250 ml

É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

Precauções especiais para a eliminação de medicamentos veterinários não utilizados ou de desperdícios derivados da utilização desses medicamentos
O medicamento veterinário não utilizado ou os seus desperdícios devem ser eliminados de acordo com os requisitos nacionais.

TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
VIRBAC
1ère avenue – 2065m – LID
06516 Carros
FRANÇA

NÚMERO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
825/01/14DFVPT

DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO

Data da primeira autorização: 21 de julho de 2014.
Data da renovação da autorização: 16 de maio de 2019.

DATA DA REVISÃO DO TEXTO
Outubro de 2019.