Tulissin

Resumo das Características do Medicamento

NOME DO MEDICAMENTO VETERINÁRIO
Tulissin 100 mg/ml solução injetável para bovinos, suínos e ovinos

COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Cada ml contém:
Substância(s) activa(s):
Tulatromicina ...... 100 mg

Excipientes:
Monotioglicerol .... 5 mg

Para a lista completa de excipientes, ver "Lista de Excipientes"

FORMA FARMACÊUTICA
Solução injetável.
Solução transparente a ligeiramente colorida.

INFORMAÇÕES CLÍNICAS

Espécie(s)-alvo

Bovinos, suínos e ovinos.

Indicações de utilização, especificando as espécies-alvo
Bovinos.
Tratamento e metafilaxia da doença respiratória dos bovinos associada a Mannheimia haemolytica, Pasteurella multocida, Histophilus somni e Mycoplasma bovis sensíveis à tulatromicina. A presença de doença na exploração deve ser confirmada antes de ser iniciado o tratamento metafilático.
Tratamento da queratoconjuntivite infecciosa bovina, causada por Moraxella bovis sensível à tulatromicina.

Suínos
Tratamento e metafilaxia da doença respiratória dos suínos associada a Actinobacillus pleuropneumoniae, Pasteurella multocida, Mycoplasma hyopneumoniae, Haemophilus parasuis e Bordetella bronchiseptica sensíveis à tulatromicina. A presença de doença na exploração deve ser confirmada antes de ser iniciado o tratamento metafilático. O medicamento veterinário só deve ser administrado se for previsível que os suínos desenvolvam a doença num período de 2-3 dias.

Ovinos
Tratamento dos estadios iniciais da pododermatite infecciosa (peeira) associada a Dichelobacter nodosus virulento, que requeira tratamento sistémico.

Contra-indicações
Não administrar em caso de hipersensibilidade das espécies-alvo aos antibióticos macrólidos ou a algum dos excipientes.
Não administrar este medicamento veterinário simultaneamente com outros macrólidos ou lincosamidas.

Advertências especiais para cada espécie-alvo
Ovinos:
A eficácia do tratamento antimicrobiano da peeira pode ser reduzida por outros fatores, tais como condições de humidade ambiental ou maneio inadequado na exploração. O tratamento da peeira deve, desta forma, ser realizado em conjunto com outras medidas de maneio do rebanho, como por exemplo, proporcionando um ambiente seco.
O tratamento antibiótico da peeira benigna não é considerado apropriado. A tulatromicina demonstrou eficácia limitada em ovinos com sinais clínicos severos ou peeira crónica, pelo que deve ser administrado apenas numa fase inicial da doença. Precauções especiais de utilização

Precauções especiais para utilização em animais
A administração deste medicamento veterinário deve ser baseada em testes de sensibilidade de bactérias isoladas a partir dos animais. Se isso não for possível, a terapia deve basear-se em informações epidemiológicas locais (regionais e ao nível das explorações) sobre a sensibilidade das bactérias alvo. A administração do medicamento veterinário deve ter em consideração as políticas oficiais, regionais e locais quando o medicamento veterinário é administrado. A administração do medicamento de forma diferente das instruções estabelecidas no RCMV, pode aumentar a prevalência das bactérias à tulatromicina e pode diminuir a efectividade do tratamento com outros macrólidos, devido à potencial resistência cruzada.

Se ocorrer uma reação de hipersensibilidade, o tratamento adequado deve ser administrado sem demora.

Precauções especiais a adotar pela pessoa que administra o medicamento veterinário aos animais
A tulatromicina é irritante para os olhos. Em caso de exposição ocular acidental, lavar imediatamente os olhos com água limpa.
A tulatromicina pode provocar sensibilização por contacto com a pele. Em caso de exposição acidental da pele, lavar imediatamente com sabão e água.
Lavar as mãos depois de administrar.
Em caso de auto-injeção acidental, dirija-se imediatamente a um médico e mostre-lhe o folheto informativo ou o rótulo.

Reacções adversas (frequência e gravidade)
A administração subcutânea deste medicamento veterinário a bovinos causa, muito frequentemente, reações dolorosas transitórias e edema no local de injeção, que podem persistir até 30 dias. Estas reações não foram observadas em suínos e ovinos após administração intramuscular.
Em bovinos e suínos podem ser detetadas reações patomorfológicas (incluindo alterações reversíveis congestivas, edema, fibrose e hemorrágicas) no local de injeção, durante aproximadamente 30 dias após a administração.
Após administração intramuscular em ovinos são muito comuns sinais transitórios de desconforto (abanar a cabeça, friccionar o local de injeção, movimentarem-se para trás). Os sinais resolvem-se empoucos minutos.

A frequência das reações adversas é definida utilizando a seguinte convenção:

  • Muito frequente (mais de 1 animal apresentando evento(s) adverso(s) em 10 animais tratados)
  • Frequente (mais de 1 mas menos de 10 animais em 100 animais tratados)
  • Pouco frequentes (mais de 1 mas menos de 10 animais em 1.000 animais tratados)
  • Raros (mais de 1 mas menos de 10 animais em 10.000 animais tratados)
  • Muito rara (menos de 1 animal em 10.000 animais tratados, incluindo notificações isoladas)

Utilização durante a gestação, a lactação ou a postura de ovos
Os estudos de laboratório efetuados em ratos e em coelhos não revelaram evidência de quaisquer efeitos teratogénicos, fetotóxicos ou maternotóxicos. A segurança do medicamento veterinário durante a gestação e a lactação não foi determinada. Administrar apenas em conformidade com a avaliação risco/benefício realizada pelo médico veterinário responsável.

Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Resistência cruzada ocorre com outros macrólidos. Não administrar simultaneamente com outros antimicrobianos que possuam um mecanismo de ação semelhante, tais como outros macrólidos ou lincosamidas.

Posologia e via de administração
Bovinos
Via subcutânea.
Uma injeção única, por via subcutânea, de 2,5 mg de tulatromicina/kg de peso corporal (equivalente a 1 ml/40 kg de peso corporal).
Para tratamento de bovinos com peso corporal superior a 300 kg de peso corporal a dose deverá ser dividida de modo a não administrar mais de 7,5 ml no mesmo local.

Suínos
Via intramuscular.
Uma injeção única, por via intramuscular, de 2,5 mg de tulatromicina/kg de peso corporal (equivalente a 1 ml/40 kg de peso corporal), na região do pescoço.
Para tratamento de suínos com peso corporal superior a 80 kg, a dose deverá ser dividida de modo não administrar mais de 2 ml no mesmo local.
Em qualquer doença respiratória, recomenda-se que os animais sejam tratados nas fases mais precoces da doença e que a resposta ao tratamento instituído seja avaliada nas 48 horas após a injeção. Caso se verifique que os sinais clínicos de doença respiratória persistem ou aumentam, ou que ocorra uma recaída, o tratamento deverá ser alterado, utilizando-se outro antibiótico, cuja administração deverá continuar até que se verifique que os sinais clínicos desapareceram.

Ovinos
Via intramuscular.
Uma injeção única, por via intramuscular, de 2,5 mg de tulatromicina/kg de peso corporal (equivalente a 1 ml/40 kg de peso corporal), na região do pescoço.
Para assegurar a administração da dose correta, o peso corporal deve ser determinado tão rigorosamente quanto possível, de forma a evitar a subdosagem. Ao tratar grupos de animais de uma só vez, use uma agulha de extração ou um dispositivo de dosagem automático para evitar perfurações excessivas. A rolha pode ser perfurada com segurança até 20 vezes.

Sobredosagem (sintomas, procedimentos de emergência, antídotos), (se necessário)
Quando se administraram em bovinos, doses três, cinco e dez vezes superiores à recomendada, registaram-se alguns sinais transitórios atribuíveis a desconforto no local de injeção e que incluíram inquietação, sacudir a cabeça, raspar o solo e uma diminuição ligeira da ingestão de alimentos. Quando se administraram em bovinos, doses 5 ou 6 vezes superiores à recomendada, observou-se uma ligeira degenerescência do miocárdio.
Em leitões, com cerca de 10 kg de peso corporal, a administração de doses três e cinco vezes superiores à dose terapêutica originou a manifestação de sinais transitórios atribuíveis a desconforto no local de injeção e que incluíram vocalização excessiva e inquietação. Em situações em que o local de administração foi a perna, foram registados sinais de claudicação.
Em borregos (aproximadamente 6 semanas de idade) com a administração de doses três ou cinco vezes superiores à recomendada, foram observados sinais transitórios associados a desconforto no local de injeção, incluindo movimentarem-se para trás, sacudir a cabeça, esfregar o local de injeção, deitarem- se , levantarem-se e balirem.

Intervalo(s) de segurança
Bovinos (carne e vísceras): 22 dias.
Suínos (carne e vísceras): 13 dias.
Ovinos (carne e vísceras) : 16 dias.

Não é autorizada a administração a animais produtores de leite destinado ao consumo humano.
Não administrar a animais gestantes cujo leite é destinado ao consumo humano, nos 2 meses anteriores à data prevista para o parto.

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Grupo farmacoterapêutico: Antibacterianos para uso sistémico, macrólidos.
Código ATCvet: QJ01FA94.

Propriedades farmacodinâmicas
A tulatromicina é um composto antimicrobiano semi-sintético pertencente ao grupo dos macrólidos, que tem origem num produto de fermentação. Difere de muitos outros macrólidos pela sua ação prolongada, que em parte se deve aos seus três grupos amina. A esta subclasse de compostos foi dada a designação de triamilida.
Os macrólidos são antibióticos bacteriostáticos que inibem a síntese proteica essencial, em consequência da sua ligação seletiva ao RNA ribossomal bacteriano. Estes compostos atuam estimulando a dissociação do peptidil-RNAt do ribossoma durante o processo de translocação.
A tulatromicina possui atividade in vitro contra Mannheimia haemolytica, Pasteurella multocida, Histophilus somni e Mycoplasma bovis, e contra Actinobacillus pleuropneumoniae, Pasteurella multocida, Mycoplasma hyopneumoniae, Haemophilus parasuis e Bordetella bronchiseptica, microrganismos que são os agentes com maior frequência associados às doenças respiratórias dos bovinos e dos suínos, respetivamente. Foram detetados valores de concentração inibitória mínima (CIM) aumentados em algumas estirpes isoladas de Histophilus somni e Actinobacillus pleuropneumoniae. Foi demonstrada atividade in vitro contra Dichelobacter nodosus (vir) o agente patogénico com maior frequência associado à pododermatite infecciosa (peeira) dos ovinos.
A tulatromicina também possui atividade in vitro contra Moraxella bovis, o agente patogénico mais frequentemente associado à queratoconjuntivite infecciosa bovina (IBK).
A resistência aos macrólidos pode desenvolver-se através de mutação em genes codificadores do RNA ribossomal (RNAr) ou de algumas proteínas ribossomais; através de modificação enzimática (metilação) do local alvo RNAr 23S, originando em geral resistência cruzada com lincosamidas e estreptograminas do grupo B (resistência MLSB); através de inativação enzimática; ou através de efluxo de macrólidos. A resistência MLSB pode ser constitutiva ou induzida. A resistência pode ser cromossómica ou mediada por plasmídeos e pode ser transferível quando associada a transposões ou plasmídeos.
Em estudos experimentais, a tulatromicina, para além das propriedades antimicrobianas, demonstra ter ações imunomoduladoras e anti-inflamatórias. Nas células polimorfonucleares (PMNs; neutrófilos) dos bovinos e suínos, a tulatromicina promove a apoptose (morte celular programada) e a eliminação das células apoptóticas por parte dos macrófagos. Isto reduz a produção dos mediadores pro-inflamatórios leucotrieno B4 e o CXCL-8 e induz a produção do lípido lipopoxina A4, anti- inflamatório e mediador da resolução dos processos inflamatórios.

Propriedades farmacocinéticas
Nos bovinos, o perfil farmacocinético da tulatromicina, quando administrada na forma de uma dose única de 2,5 mg/kg de peso corporal por via subcutânea, caracterizou-se por uma absorção rápida e extensa seguida de uma distribuição elevada e de uma eliminação lenta. Verificou-se que a concentração máxima (Cmax) no plasma foi de aproximadamente 0,5 μg/ml, atingida cerca de 30 minutos depois da administração (Tmax). As concentrações de tulatromicina detetadas em homogeneizado de pulmão foram consideravelmente superiores às existentes no plasma. Existe uma forte evidência de acumulação substancial de tulatromicina nos neutrófilos e nos macrófagos alveolares. No entanto, a concentração de tulatromicina in vivo no local de infeção do pulmão não é conhecida. As concentrações máximas foram seguidas de uma diminuição lenta na exposição sistémica, com uma semivida de eliminação aparente (t½) de 90 horas no plasma. A ligação às proteínas plasmáticas foi baixa, aproximadamente 40%. O volume de distribuição no steady-state (VSS), determinado depois da administração intravenosa foi de 11 l/kg. Depois da administração subcutânea a bovinos a biodisponibilidade da tulatromicina foi aproximadamente 90%.

Nos suínos, o perfil farmacocinético da tulatromicina, quando administrada na forma de uma dose única de 2,5 mg/kg de peso corporal por via intramuscular, caracterizou-se também por uma absorção rápida e extensa, seguida de uma distribuição elevada e de uma eliminação lenta. Registou-se uma concentração máxima (Cmax) no plasma de aproximadamente 0,6 μg/ml, atingida cerca de 30 minutos depois da administração (Tmax). As concentrações de tulatromicina detetadas em homogeneizado de pulmão foram consideravelmente superiores às existentes no plasma. Existe uma forte evidência de acumulação substancial de tulatromicina nos neutrófilos e nos macrófagos alveolares. No entanto, a concentração de tulatromicina in vivo no local de infeção do pulmão não é conhecida. As concentrações máximas foram seguidas de uma diminuição lenta na exposição sistémica, com uma semivida de eliminação aparente (t½) de 91 horas no plasma. A ligação às proteínas plasmáticas foi baixa, aproximadamente 40%. O volume de distribuição no steady-state (VSS), determinado depois da administração intravenosa foi de 13,2 l/kg. Depois da administração intramuscular a suínos a biodisponibilidade da tulatromicina foi aproximadamente 88%.

Nos ovinos, o perfil farmacocinético da tulatromicina, quando administrada na forma de uma dose única de 2,5 mg/kg de peso corporal por via intramuscular, atingiu uma concentração máxima (Cmax) no plasma de 1,19 μg/ml em cerca de 15 minutos depois da administração (Tmax) e teve uma semivida de eliminação (t½) de 69,7 horas. A ligação às proteínas plasmáticas foi aproximadamente 60-75%.
O volume de distribuição no steady-state (VSS), determinado depois da administração intravenosa foi de 31,7 l/kg. Depois da administração intramuscular a ovinos a biodisponibilidade da tulatromicina foi 100%.

INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS

Lista de excipientes
Monotioglicerol
Propilenoglicol
Ácido citríco
Ácido clorídrico para acerto de pH
Hidróxido de sódio para acerto de pH
Água para injetáveis

Incompatibilidades principais
Na ausência de estudos de compatibilidade, este medicamento veterinário não deve ser misturado com outros.

Prazo de validade
Prazo de validade do medicamento veterinário tal como embalado para venda: 30 meses.
Prazo de validade após a primeira abertura do acondicionamento primário: 28 dias.

Precauções especiais de conservação
Este medicamento veterinário não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.

Natureza e composição do acondicionamento primário
Frasco de vidro de tipo I com uma rolha em polímero fluorado com revestimento clorobutílico ou bromobutílico e fechada com uma cápsula de alumínio.

Embalagem secundária:
Caixa de cartão contendo um frasco de 20 ml.
Caixa de cartão contendo um frasco de 50 ml.
Caixa de cartão contendo um frasco de 100 ml.
Caixa de cartão contendo um frasco de 250 ml com ou sem manga protetora.
Caixa de cartão contendo um frasco de 500 ml com ou sem manga protetora.

Os frascos de 500 ml não devem ser administrados a porcos e ovinos. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

Precauções especiais para a eliminação de medicamentos veterinários não utilizados ou de desperdícios derivados da utilização desses medicamentos
O medicamento veterinário não utilizado ou os seus desperdícios devem ser eliminados de acordo com os requisitos nacionais.

TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
VIRBAC
1ère avenue 2065m LID
06516 Carros
França

NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
EU/2/20/252/001-007

DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO
Data da primeira autorização: 24/04/2020.

DATA DA REVISÃO DO TEXTO
Encontram-se disponíveis informações detalhadas sobre este medicamento veterinário no website da Agência Europeia do Medicamento http://www.ema.europa.eu/.

PROIBIÇÃO DE VENDA, FORNECIMENTO E/OU UTILIZAÇÃO
Não aplicável.